13.5.09

Corre.

Vês que falta distância para correr. Vês me ao longe e o primeiro impulso é correres até mim. Queres correr para não perderes tempo, queres ganhar a batalha da distância, queres marcar momentos para nada se perder, queres me ao teu lado. Corres para chegares a mim, para ouvires a minha voz a dizer-te olá, a dizer-te que és a melhor pessoa que tenho ao lado ou apenas para te sentares ao pé de mim. Não tens a primeira reacção, pensas primeiro se deves ir. Queres correr, queres vir para ao pé de mim, mas o receio que eu esteja acompanhado assombra-te, não queres interromper. Queres correr mas claro, correr em vão é desnecessário. Vês carros a passar, afinal a vida não pára, nem vai esperar que escolhas. Vês me a levantar a segues o impulso, corres até mim com todas as forças que tens. Quanto mais corres , mais longe pareço ficar, queres tocar-me e a tua mão não chega a mim, chamas-me mas não sinto a tua voz. De repente, chegas ao sitio onde aparentemente me tinhas visto, e vês que não há ninguém. Pensas que talvez sentires a minha falta é mau, leva-te a ver-me em todas as esquinas, mas não podia ser, tinhas-me visto ali, tinha sido real, não era apenas piscar os olhos e desaparecer. Enquanto isso te mói, apareço por trás de ti e sussurro-te ao ouvido “Afinal sempre vale a pena correres para mim.” Corre sempre para mim, juntos conseguimos tudo, eu estou aqui, tu também, estamos juntos nisto.

13 de Maio de 2009, sabes bem. ly (L)

2.5.09

Melhor amiga.

É bom gostar de alguém. É bom saber que temos alguém em quem confiar, um ombro, um braço pronto a agarrar. Confiamos a nossa vida a esse alguém, lutamos por ele e por nós, partilhamos momentos e tristezas, e damos a nossa felicidade por inteiro só para ver o outro feliz. Somos felizes quando esse alguém é feliz, e não conseguimos passar um dia sem mostrar que é importante, nem que seja um ‘gosto de ti’, um abraço ou um sorriso. È bom quando gostamos assim de alguém. Essa pessoa torna-se tão importante que nos perdemos quando a perdemos, ficamos sem saber o que fazer, deixamos de existir. Eu já estive assim, já desci tão baixo por causa da (tua) ausência. Senti sempre a falta do ombro que me tinha habituado, deixei de ouvir a tua voz a chamar por mim. Mesmo agora, quando tudo está bem, quando aprendemos a dar valor ao que temos e não ao que perdemos, quando sabemos que fomos fortes o suficiente para superar o nosso erro e corrigi-lo, mesmo agora sinto a tua falta. Agradeço-te imenso por (ainda) lutares por nós,  pelas brincadeiras, pelos sorrisos, pela companhia, por mim. Qualquer esforço, qualquer tentativa, nunca será o suficiente para te garantir ao meu lado, por isso vou dar tudo de mim, nem que fiques só mais um minuto, mas que esse seja o mais feliz da minha vida.

Nunca vi ninguém que lutasse tanto como nós. É bom gostar de ti melhor amiga.

27.4.09

Saudades.

Quando a saudade aperta, temos tendência a ir buscar momentos que guardámos com grande carinho no nosso coração. Quando a saudade aperta, sabemos que sentimos falta de algo, algo que mudou as nossas vidas. Pode ser um poema, uma musica, um amigo. Quando a saudade aperta, não sabemos para onde nos havemos de virar, o mundo fica ligeiramente mais pequeno, tudo perde a cor e o coração bate devagar. Vem á cabeça visões felizes, recentes ou não, momentos que não foram apagados. São aqueles momentos que mesmo passados anos não se apagam, que a mente não esquece o corpo pede que se repita, mais uma vez. É preciso tempo e valor para sentires saudades de alguma coisa, e quando a sentires, vais querer que pare, vais querer aquilo que perdeste, aquilo que antes sentiste seguro e que agora parece que está tremido. Só sentes saudades quando o tempo passa, quando o mundo muda. Não tem mal nenhum sentir saudades, o problema é quando não consegues parar de pensar nelas.


'Define Saudade.'
Saudade é…quando sentes falta de alguma coisa distante.
‘É essa a definição que lhe dás?’
Sim é.
‘Prometes que não vou sentir saudades tuas, em qualquer instante?’
Sim, prometo, estou aqui para tudo.
‘Obrigado melhor amigo.’

26.4.09

(L)

Na vida, existem duas coisas fundamentais: o tempo e o amor.O amor não te pertence, apenas o dás de graça, sem medir em quantidades e sem escolher as pessoas que amas, apenas acontece. Dás sem pedir em troca. Amas (por vezes) aqueles que (não) merecem o amor que dás, aqueles que (não) retribuem ou que (não) mandam fora. O tempo, oh o tempo é que não te pertence mesmo, foge por entre os dedos, e é a única coisa na vida que tens que esgota, nunca sabes quanto tens nem quando acaba. O tempo comanda a vida, a vida comanda o coração, o coração comanda o amor. Podes tentar viver com todo o tempo do mundo, mas sem amor, sem nada que te faça sorrir, pensar ou sonhar, é inútil. Logo vive com todo o amor que tenhas para dar, espera recebê-lo de braços abertos e não te preocupes com o tempo, não podes viver duas vezes os mesmos momentos.

26.3.09

Encalhado.

"Estou encalhado nem sei bem onde. Sei que tenho a noção de estar a pisar o mesmo chão todos os dias, acabo a respirar o mesmo ar de sempre, e a vida pareceu tornar-se monótona quando nem eu reparei nisso. Acabo a cometer os mesmos erros, caio sempre nos mesmos obstáculos, atravesso as mesmas pessoas. Sinto-me num beco sem saída, encurralado no meio das ruínas da minha memória.
Não sei como vou sair daqui, a vontade já se perdeu, encontro-me sozinho, não tenho rumo, a vida não é um jogo, não se pode carregar no Reset e fazer ' novo jogo'. Tenho de aceitar as consequências das decisões que tomei, o que acaba por ser um 'Game Over' permanente. Além de que não posso voltar atrás, não posso recuar para remediar o mal que fiz, o que está feito está feito. Tentei sair, tentei atenuar, mas não vou conseguir sair daqui. Volto a dizer-te, desiste de me tentar tirar, a vontade perdeu-se.

# 22 de Março de 2009 #

28.2.09

Muro. :)

Inspiro suavemente o ar frio que vai entrando nos meus pulmões. Até está um dia agradável, não estivessemos em pleno Inverno e tudo estaria como deveria estar. Sentei-me á beira de um muro, com aspecto velho e seco, aquele muro onde em criança jogava á apanhada ou até tentava escalá-lo, numa daquelas aventuras de meninos pequenos. Eu gostava de ter ficado como o muro. Mas eu cresci, já sou maior que o muro, que agora presiste ao tempo, nunca mudou, manteve-se intacto, pela chuva, pelo vento e até pelo sol quente que se instalou. Às vezes gostava de ser assim, capaz de suportar tudo, até as piores situações, capaz de ser sempre o mesmo, nunca mudar, embora seja isso o que me aconteça. Seria capaz de não tropeçar em tudo como eu faço sempre, evitava partir o coração, evitava sofrer tanto como faço agora. Tenho medo de perder as pessoas, até as mais próximas, e quando isso acontece, é como se começasse do zero, tudo de novo. Tremo só de pensar nisso. Sei que só aprendemos depois de carregarmos muitas vezes na mesma tecla, mas embora eu aprenda á primeira, as feridas que ficam não saram e o tempo trata de me ferir ainda mais, nem deixa cicatrizar, como as feridas que fazia naquele muro seco, agora coberto de musgo e com ar cada vez mais antigo. As crianças são tão livres de preocupações, o problema é quando crescem. O tempo passa, o vento muda, o muro fica, a chuva molha, o sol aquece, as pessoas mudam, o mundo gira, a página avança, as feridas ficam.

Por vezes gostava de ser diferente. [28 Fevereiro 2009]

22.1.09

Respirar.

22 de Janeiro de 2009. O despertador toca. São 7horas, horas de começar mais um dia. Tomo banho em menos de 5 minutos, visto uma roupa ligeira, penteio o cabelo desalinhadamente, pego numa torrada á pressa e saio porta fora. Sinto-me sufocado. Desde que acordei que me falta o ar e que o peito aperta, a dor mantém-se. A tua ausência fica a cada dia cada vez mais marcada, além de antes passar dias sem dormir, agora parece que até o meu corpo se manifesta contra isso. Evito pensar em ti, envio mensagens sem parar, arranjo temas de conversas, tenho medo de estar sozinho. Sei que quando o fizer, serás tu quem aparecerá na minha cabeça, sei que não queres sair, o meu corpo não deixa, luta contra mim. Se pensar em afastar-te, a dor do peito volta, o coração aperta-me com força e fico sem ar. Se pensar em ter-te por perto, a mágoa volta, faz o meu corpo deixar de reagir e fico sem resposta. Não consigo pensar em meio-termos. Tens um efeito devastador em mim, se pensar em mandar´te embora, arrancas uma parte de mim, fico sem reaçcão e duvido que vá aguentar. Se pensar em ter-te por perto, sem que também não vou aguentar, porque subo nas ilusões e a queda no chão é dolorosa. Agora está na hora de abrir a janela, preciso de respirar.

18.1.09

.

(...)Tudo o que existe na vida é uma droga. O chão que piso, até o ar que respiro, ou mesmo a maneira como sinto ou reago vem derivado das drogas que andam por aí. Há sempre umas que são mais aderentes que outras, outras de que ficamos completamente dependentes para o resto da vida. Existem as de passagem, só de acontecimento, ou ainda as que marcam, que ficam coladas como pensos de nicotina agarrados á minha pele, ou até como o fumo que se infiltrando nos meus pulmões, a cada cigarro que se vai fumando. Temos de estar sempre dependentes de 'algo' ou de 'alguém'. Quando não se tem, inventa-se. Existem as impossiveis de resistir, as que entram e já não saem, as que se dirigem directamente no coração mas que lá ficam, atadas como se fossem tatuagens permanentes. A vida em si é uma droga. Para quê resistir agora, quando mais tarde corremos o risco de nos arrependermos? O mal está feito, agora é deixar fluir antes que se esgote e que tenha de esperar por mais. O que hei-de fazer, admito que estou viciado. Sim, estou viciado na droga da vida. E esta sim, não vai ser por ninguém que o vou deixar de ser. :)

12.1.09

O que ficou.

Tu decidiste ir pelo caminho mais difícil, o que já é natural em ti, preferes um bom desafio a algo fácil. Tomaste-me como alvo, e foste por meios que nunca ninguém teria usado, muniste-te de trunfos raros mas mesmo assim conseguiste. Apesar disso, tive a noção que não perdia nada em conhecer-te como mais um amigo, mas mais que isso, foste um apoio, foste um ombro que precisei durante meses. Entraste na minha vida no momento exacto, eu precisava de ti. Precisava de ouvir o que me querias dizer, o que ficou esquecido, os motivos. Deste-me esperanças e fizeste-me acreditar em mim outra vez, afinal tudo era possível, o mundo era nosso, eu pelo menos acreditava que o tinha nas mãos. Porquê acreditar em sonhos, quando o meu mundo podia ser bem real, tinha tudo ao alcance, contigo tudo era possível, porquê continuar a não ouvir, tudo o que dizias cada vez tinha mais sentido, porquê? Porquê não deixar o destino fazer o que queria e levar tudo á minha maneira? Porquê não agarrar no mundo e fugir de vez daqui, porquê? Poucos porquês para alguém tão importante como tu foste (no passado) mas muitos para alguém tão insignificante como te tornaste agora (no presente). Foste para mim uma espécie de aviso, uma informação adicional tipo ‘a vida não pára’ ou ‘em qualquer altura podes ser feliz’. O que tu foste, tens-lo marcado, sabes que não poderias ficar sem nada em troca, e eu também fiz a minha parte. Ouvi-te incondicionalmente, acreditei em ti mesmo quando disso duvidaste, gostei de ti, ainda gosto e não sei se vou deixar de gostar. Tal como tu, eu também fui feliz, mas continuo a sê-lo, e apesar de tudo, não me vou livrar das recordações que deixaste, dos fragmentos que se prenderam á minha roupa, o toque que ficou na minha pele, a voz doce nos meus ouvidos, as conversas longas, os segundos em silêncio, as brincadeiras, os sorrisos, do que deixaste de bom na minha vida. Em tempos foste algo mais do que eu previra, conseguiste ser cada vez menos, mas como me disseste ao ouvido nas muitas das vezes que me ouviste, ‘a vida não pára e não há ninguém que possa esperar por ti, se decidires ficar parado.’ Não posso esperar mais do que já esperei, desculpa.

‘When the end comes and all seems lost, you are what i find so close to me.’