27.10.10

Respirar. (Retrocesso)

" Respirar.

22 de Janeiro de 2009. O despertador toca. São 7horas, horas de começar mais um dia. Tomo banho em menos de 5 minutos, visto uma roupa ligeira, penteio o cabelo desalinhadamente, pego numa torrada á pressa e saio porta fora. Sinto-me sufocado. Desde que acordei que me falta o ar e que o peito aperta, a dor mantém-se. A tua ausência fica a cada dia cada vez mais marcada, além de antes passar dias sem dormir, agora parece que até o meu corpo se manifesta contra isso. Evito pensar em ti, envio mensagens sem parar, arranjo temas de conversas, tenho medo de estar sozinho. Sei que quando o fizer, serás tu quem aparecerá na minha cabeça, sei que não queres sair, o meu corpo não deixa, luta contra mim. Se pensar em afastar-te, a dor do peito volta, o coração aperta-me com força e fico sem ar. Se pensar em ter-te por perto, a mágoa volta, faz o meu corpo deixar de reagir e fico sem resposta. Não consigo pensar em meio-termos. Tens um efeito devastador em mim, se pensar em mandar´te embora, arrancas uma parte de mim, fico sem reaçcão e duvido que vá aguentar. Se pensar em ter-te por perto, sem que também não vou aguentar, porque subo nas ilusões e a queda no chão é dolorosa. Agora está na hora de abrir a janela, preciso de respirar."

Escrito em 2009.
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Ah doces memórias, como o tempo passa. Parece que foi ontem quando me bateste com a porta na cara e eu me afundei. Nunca tinha passado por isso antes e na altura acreditei que não ia aguentar perder(-te). Eras o centro do meu pequeno centro gravitacional, sim eu gravitava á tua volta. Acredito que esse seja mesmo um hábito teu, atrais as pessoas frágeis. Agora, quando já passou mais de um ano e tu já não sobrevoas a minha vida, acho que fui um bocado infantil. Errar é humano e faz parte da vida, logo não compreendo como tive tanto medo de errar, porque é errando que se aprende... Sim, tu já saiste da minha vida e apesar de tudo, agradeço-te por teres sido a parte mais feliz dela, que ainda vai no auge.

Deseja-me sorte.

O que ficou. (Retrocesso)

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O que ficou.

Tu decidiste ir pelo caminho mais difícil, o que já é natural em ti, preferes um bom desafio a algo fácil. Tomaste-me como alvo, e foste por meios que nunca ninguém teria usado, muniste-te de trunfos raros mas mesmo assim conseguiste. Apesar disso, tive a noção que não perdia nada em conhecer-te como mais um amigo, mas mais que isso, foste um apoio, foste um ombro que precisei durante meses. Entraste na minha vida no momento exacto, eu precisava de ti. Precisava de ouvir o que me querias dizer, o que ficou esquecido, os motivos. Deste-me esperanças e fizeste-me acreditar em mim outra vez, afinal tudo era possível, o mundo era nosso, eu pelo menos acreditava que o tinha nas mãos. Porquê acreditar em sonhos, quando o meu mundo podia ser bem real, tinha tudo ao alcance, contigo tudo era possível, porquê continuar a não ouvir, tudo o que dizias cada vez tinha mais sentido, porquê? Porquê não deixar o destino fazer o que queria e levar tudo á minha maneira? Porquê não agarrar no mundo e fugir de vez daqui, porquê? Poucos porquês para alguém tão importante como tu foste (no passado) mas muitos para alguém tão insignificante como te tornaste agora (no presente). Foste para mim uma espécie de aviso, uma informação adicional tipo ‘a vida não pára’ ou ‘em qualquer altura podes ser feliz’. O que tu foste, tens-lo marcado, sabes que não poderias ficar sem nada em troca, e eu também fiz a minha parte. Ouvi-te incondicionalmente, acreditei em ti mesmo quando disso duvidaste, gostei de ti, ainda gosto e não sei se vou deixar de gostar. Tal como tu, eu também fui feliz, mas continuo a sê-lo, e apesar de tudo, não me vou livrar das recordações que deixaste, dos fragmentos que se prenderam á minha roupa, o toque que ficou na minha pele, a voz doce nos meus ouvidos, as conversas longas, os segundos em silêncio, as brincadeiras, os sorrisos, do que deixaste de bom na minha vida. Em tempos foste algo mais do que eu previra, conseguiste ser cada vez menos, mas como me disseste ao ouvido nas muitas das vezes que me ouviste, ‘a vida não pára e não há ninguém que possa esperar por ti, se decidires ficar parado.’ Não posso esperar mais do que já esperei, desculpa.

‘When the end comes and all seems lost, you is that i find so close to me.’"

Texto inicialmente em 2009.

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Hoje, finalmente consegui ter a percepção que te ultrapassei, assim como por engano levaste a minha escrita contigo. Desde o ultimo dia que nos vimos que bloqueei, prefiri travar do que sufocar e vistas as coisas de agora, acho que fiz o melhor para mim. Não preciso mais do teu conforto porque já sobrevivo sozinho. Obrigada por tudo, but you aren't so close to me anymore.

Back in time, so far...

Não sei o que sinto, quanto mais o que te hei de dizer. Já não te vejo há mais de um ano e embora as memórias perdurem, o cheiro, o teu toque, a tua voz, tudo isso desvanece-se na minha cabeça como um filtro... Odeio ser tão humano assim, não é justo esquecer as coisas boas e só recordar as más. Não sei arranjar pretextos para te ver, quero ver-te e ao mesmo tempo não quero, porque trará tudo o que de mau me aconteceu de novo, não quero, e não quero mesmo. Quero ver-te mas não te quero de volta, quero ouvir-te mas não quero que te agarres a mim de novo, quero sentir-te perto mas quero-te bem longe, consegues entender? Para mim és o antídoto mas também o veneno e não posso ter-te e continuar vivo. Matas-me por dentro, corróis-me, fazes-me sentir um falhado e eu já não tenho tempo para começar tudo do zero de novo.
O nosso tempo acabou.

22.9.10

memoria(s)

Já faz algum tempo que não escrevo por estes lados. Isso é fácil de explicar por aqueles que convivem comigo todos os dias, porque houve duas diferenças fundamentais que bloquearam o simples acto de escrever algo normal, algo que tenha sido sentido. Simplesmente eu "desliguei" da escrita, já era insuportável. Não escrevo porque escrever vai-me trazer memórias tuas, memórias que não quero ver nem rever porque o nosso tempo já era e não posso voltar atrás. Não minto, sinto saudades tuas todos os dias, mas o simples facto de já não estares aqui fez-me mudar radicalmente e a amargura sobrevoou o meu coração e permaneceu. Só damos importância ás coisas quando as perdemos, ouvimos dizer muitas vezes. Já parece um "cliché" mas não deixa de ter a sua cota parte de verdade. E agora, quando já não te vejo e já nem te sinto por perto, chegou a altura de desbloquear de novo, porque este peso todo em cima de mim não é normal, nem justo nem é o que deve acontecer.

Desde 23 de Setembro de 2007, 3 anos. (MelhorAmigo)