22.1.09

Respirar.

22 de Janeiro de 2009. O despertador toca. São 7horas, horas de começar mais um dia. Tomo banho em menos de 5 minutos, visto uma roupa ligeira, penteio o cabelo desalinhadamente, pego numa torrada á pressa e saio porta fora. Sinto-me sufocado. Desde que acordei que me falta o ar e que o peito aperta, a dor mantém-se. A tua ausência fica a cada dia cada vez mais marcada, além de antes passar dias sem dormir, agora parece que até o meu corpo se manifesta contra isso. Evito pensar em ti, envio mensagens sem parar, arranjo temas de conversas, tenho medo de estar sozinho. Sei que quando o fizer, serás tu quem aparecerá na minha cabeça, sei que não queres sair, o meu corpo não deixa, luta contra mim. Se pensar em afastar-te, a dor do peito volta, o coração aperta-me com força e fico sem ar. Se pensar em ter-te por perto, a mágoa volta, faz o meu corpo deixar de reagir e fico sem resposta. Não consigo pensar em meio-termos. Tens um efeito devastador em mim, se pensar em mandar´te embora, arrancas uma parte de mim, fico sem reaçcão e duvido que vá aguentar. Se pensar em ter-te por perto, sem que também não vou aguentar, porque subo nas ilusões e a queda no chão é dolorosa. Agora está na hora de abrir a janela, preciso de respirar.

18.1.09

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(...)Tudo o que existe na vida é uma droga. O chão que piso, até o ar que respiro, ou mesmo a maneira como sinto ou reago vem derivado das drogas que andam por aí. Há sempre umas que são mais aderentes que outras, outras de que ficamos completamente dependentes para o resto da vida. Existem as de passagem, só de acontecimento, ou ainda as que marcam, que ficam coladas como pensos de nicotina agarrados á minha pele, ou até como o fumo que se infiltrando nos meus pulmões, a cada cigarro que se vai fumando. Temos de estar sempre dependentes de 'algo' ou de 'alguém'. Quando não se tem, inventa-se. Existem as impossiveis de resistir, as que entram e já não saem, as que se dirigem directamente no coração mas que lá ficam, atadas como se fossem tatuagens permanentes. A vida em si é uma droga. Para quê resistir agora, quando mais tarde corremos o risco de nos arrependermos? O mal está feito, agora é deixar fluir antes que se esgote e que tenha de esperar por mais. O que hei-de fazer, admito que estou viciado. Sim, estou viciado na droga da vida. E esta sim, não vai ser por ninguém que o vou deixar de ser. :)

12.1.09

O que ficou.

Tu decidiste ir pelo caminho mais difícil, o que já é natural em ti, preferes um bom desafio a algo fácil. Tomaste-me como alvo, e foste por meios que nunca ninguém teria usado, muniste-te de trunfos raros mas mesmo assim conseguiste. Apesar disso, tive a noção que não perdia nada em conhecer-te como mais um amigo, mas mais que isso, foste um apoio, foste um ombro que precisei durante meses. Entraste na minha vida no momento exacto, eu precisava de ti. Precisava de ouvir o que me querias dizer, o que ficou esquecido, os motivos. Deste-me esperanças e fizeste-me acreditar em mim outra vez, afinal tudo era possível, o mundo era nosso, eu pelo menos acreditava que o tinha nas mãos. Porquê acreditar em sonhos, quando o meu mundo podia ser bem real, tinha tudo ao alcance, contigo tudo era possível, porquê continuar a não ouvir, tudo o que dizias cada vez tinha mais sentido, porquê? Porquê não deixar o destino fazer o que queria e levar tudo á minha maneira? Porquê não agarrar no mundo e fugir de vez daqui, porquê? Poucos porquês para alguém tão importante como tu foste (no passado) mas muitos para alguém tão insignificante como te tornaste agora (no presente). Foste para mim uma espécie de aviso, uma informação adicional tipo ‘a vida não pára’ ou ‘em qualquer altura podes ser feliz’. O que tu foste, tens-lo marcado, sabes que não poderias ficar sem nada em troca, e eu também fiz a minha parte. Ouvi-te incondicionalmente, acreditei em ti mesmo quando disso duvidaste, gostei de ti, ainda gosto e não sei se vou deixar de gostar. Tal como tu, eu também fui feliz, mas continuo a sê-lo, e apesar de tudo, não me vou livrar das recordações que deixaste, dos fragmentos que se prenderam á minha roupa, o toque que ficou na minha pele, a voz doce nos meus ouvidos, as conversas longas, os segundos em silêncio, as brincadeiras, os sorrisos, do que deixaste de bom na minha vida. Em tempos foste algo mais do que eu previra, conseguiste ser cada vez menos, mas como me disseste ao ouvido nas muitas das vezes que me ouviste, ‘a vida não pára e não há ninguém que possa esperar por ti, se decidires ficar parado.’ Não posso esperar mais do que já esperei, desculpa.

‘When the end comes and all seems lost, you are what i find so close to me.’